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Síria relembra Massacre de Hama em 1982 - Homenagem aos 40 Mil mortos.

O mês de Fevereiro marca o 30º aniversário do massacre de Hama. Uma data cheia de números tristes, cheia de números estatísticos absurdos. Data esta marcada pela impunidade, abuso de poder, corrupção e limpeza étnica.

Foto arquivo: "مجزرة حماة 1982 Hama Massacre"
Por Saulo Valley - Rio de Janeiro, 03 de Fevereiro de 2012 - 17h39min.
Atualização: 20h21min.

Quando o mês de fevereiro inicia, as lembranças começam a fervilhar na memória do povo que vive nas cidades sírias de Homs e Hama. 1982 é o ano que assinou a rejeição definitiva do regime Al-Assad como sendo alternativa de vida para o povo da Síria.

As memórias são amargas e a ausência de pelo menos 60.000 parentes, amigos vizinhos e familiares é sentida até hoje, mesmo que as autoridades internacionais não reconheçam este número como oficial.

Testemunhas que criaram páginas no Facebook em memória daqueles dias tenebrosos, contam que na primeira chacina, 25 corpos foram encontrados na entrada da Mesquita de Al-Masaud. A maioria das pessoas estavam com roupas de dormir e todas tinham seus membros brutalmente arrancados.Uma testemunha que escreveu seu testemunho na página "Hama Massacre en 1982" contou que ao ter se deparado com os 25 corpos, a sensação que teve é que a visão era tão aterradora que "até as pedras chorariam". Atônitos, os poucos moradores que se aproximaram dos corpos ficaram tempo suficiente para ver a equipe de limpeza urbana recolher as partes dos corpos para serem levadas como lixo. Ninguém nunca soube do paradeiro daqueles corpos.

Outras tristes lembranças testemunhadas nas páginas do Facebook, foram as prisões improvisadas pelo regime sírio, que na época era comandada pelo então presidente Hafez Assad, pai de Bashar Al-Assad. O ditadro esteve no poder desde 1948 até 2000, quando veio a falecer diversos problemas de saúde.

De acordo com relatórios, mais de 10% da população de Hama foi executada
pelo exército sírio em 1982. Fonte:
"Coordenação da Revolução Síria no Brasil الثورة السورية في البرازيل"
Prisões improvisadas - Olarias

As massivas prisões de manifestantes não foram adotadas nem criadas no regime Al-Assad. Elas estavam presente em todas as histórias de manifestações populares em consequência dos 48 anos de vigência da Lei de Emergência, implantada por Hafez Assad, depois que assumiu o governo e descumpriu todas as promessas de campanha nos 3 primeiros meses no poder. As prisões aleatórias e massivas eram tão absurdas que não haviam locais suficientemente espaçosos para se deter manifestantes. Por esta razão, lugares estranhos eram adotados como espécie de campos de concentração. Entre os lugares inéditos, as Olarias eram as preferidas do regime. Depoimentos registrados na página "Hama Massacre en 1982" conta que as detenções nas olarias eram muito "miseráveis". O exército mantinha os prisioneiros de consciência concentrados na parte aberta das antigas fábricas de vasos de porcelana. Lá, ao relento, sujeitos ao pesado inverno sírio e ás chuvas e ao calor, eram mantidos sem água ou comida. Normalmente os "interrogatórios" ao estilo medieval terminavam em cadáveres que eram lançados nas fornalhas ardentes das olarias.

Prisões improvisadas - Hospital Nacional

Os testemunhos das barbaridades do regime de Hafez Assad contam que no Hospital Nacional, os corpos eram amontoados uns sobre os outros. Haviam muitos corpos mutilados, perfurados ou mesmo amassados. Literalmente um monte de carne humana em decomposição. Testemunhas contam que o cheiro fétido dominava  a construção. A página "Hama Massacre en 1982" conta que pilhas de corpos eram levados para o Hospital Nacional diariamente por caminhões que antes eram utilizados para transportar carvão. Testemunhas oculares contaram para o administrador da página que esquadrões da morte já aguardavam os feridos chegarem portando facas e facões para mutilá-los e finalizá-los rapidamente. Para completar o elevado volume de mortos, o Hospital Nacional funcionava ao lado de um colégio secundário, que eventualmente foi ocupado pelo exército e seus estudantes convertidos em vítimas do massacre. Além destes lugares já citados, os estádios esportivos já eram largamente explorados como grandes centros de concentração e tortura do regime.

Bombardeios

O cenário de destruição estava por todas as partes da cidade. Não só prédios inteiros destruídos, como vilas, aldeias e o grande centro urbano de Hama. Sob a liderança da Irmandade Muçulmana, a revolução armada contra Hafez Assad estava escapando por entre os dedos como areia fina do deserto.




Mortes em massa

As invasões de residências eram diárias e perguntas não-respondidas eram compensadas com a morte. Depoimentos de sobreviventes que contaram que os homens de todas as famílias eram os mais procurados, sendo que a maioria das famílias de Hama perderam quase todos os seus homens. Há famílias citadas na página "Hama Massacre en 1982" que chegaram a perder 20 homens.

Há uma história contada pela página que 40 mulheres com suas crianças estavam se escondendo dos bombardeios numa clínica clandestina que funcionava numa cratera numa parede de um edifício moderno na época. De acordo com a fonte, para que as mulheres conseguissem chegar neste local precisaram pular as janelas, depois que bombardeios destruíram a passagem. Testemunhas contaram que o local foi descoberto pelos soldados que entraram e fuzilaram todas as mulheres e crianças. Contam que várias mulheres ficaram sangrando por muito tempo até que morreram, mas uma criança sobreviveu sobre o corpo de sua mãe, porque ela bebia o sangue materno que emanava de seu seio. Dias depois os corpos foram encontrados e o bebê foi achado com vida, apesar da saúde prejudicada.

Video: Entrevista da Aljazeera com Robert Fisk - Um dos poucos jornalistas profissionais que conseguiram entrar na Síria durante o massacre de 1982.



Estatísticas não oficiais

De acordo com relatórios da revolução e dos familiares que choram até hoje, os números de 10.000 mortos anunciados pelas Nações Unidas passam longe da realidade. O detalhe é que mesmo com números oficiais tão elevados, Hafez Assad nunca foi penalizado por seus crimes tão hediondos.

De acordo com a ativista Mai Atassi, os números não-confirmados pela comunidade internacional são:

  • 40.000 Civis mortos
  • 60.000 Detentos
  • 5.000 Sem-teto
  • 100.000 Deslocados
  • 15.000 Desaparecidos até os dias de hoje.
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Síria: Manifestação no aeroporto de Damasco, resistência apesar das mortes no país.

A revolução síria vem crescendo dia após dia, apesar do esforço do regime de dizimar a toda a oposição. Depois da tentativa que parece ter fracassado na última semana de limpar Damasco dos focos de rebelião, manifestantes marcham pelo fim do regime em pleno Aeroporto Internacional, no coração da Síria.

Por Saulo Valley - Rio de Janeiro, 3 de Fevereiro de 2011 - 11h42min.

Nas últimas 2 semanas, Damasco tem sido o novo palco dos mais violentos combates entre oposição ao regime de Bashar Al-Assad e as forças que o defendem. O bairro de Goutha tem vivenciado os maiores massacres com abuso de poder armado das forças leais a Al-Assad.

Assim como a revolução está no caminho da carreira política de Al-Assad, o aeroporto de Damasco está no caminho das demonstrações pelo fim do regime autocrata que já perdura por quase 50 anos, utilizando estratégias e politicas comunistas, num país tradicionalmente árabe. A manifestação que partiu da Mesquita de Sabá contou com apoio de moradores de Damasco e Hama.


Mas o povo sírio se pôs no caminho da ditadura militar e pretende levar adiante sua proposta de dar fim aos planos futuros do regime, condenado Al-Assad à forca, formando uma nova constituição com aprovação popular e elegendo um novo governo democrático. 

Outra manifestação saiu da Grande Mesquita de Hama levando o povo de Erbeen a pedir unanimemente o fim do regime de Al-Assad, sob o comando do partido Ba'ath, o único no poder há 50 anos. Enquanto os manifestantes se expressam publicamente, a Revolução alerta para atividades militares acontecendo no telhado do Ediffício Guenasat e na área de Humera.

Mas a chegada de grande número de soldados deixou os manifestantes de Hama procupados com os acontecimentos seguintes, e ao soar do primeiro tiro a majestosa manifestação se dispersou.

A sexta-feira, que é o dia oficial dos protestos no mundo árabe começou com um número crescente de manifestantes mortos, além do combate intermitente entre as forças pró-Assad e as forças rebeldes. Para todos os efeitos, as autoridades internacionais ainda não anunciaram oficialmente que a Síria vive hoje um estado de gerra civil. Mas se não acontece, está às margens. Só em Daria, na cidade de Damasco pelo menos 5 pessoas morreram e entre elas podem haver dissidentes. Em Aleppo muitos feridos e mortos, depois de ataque a tiros contra massiva manifestação . Há cerca de 5 minutos chegou a notícia de que mais de 200 manifestantes sitiaram o hospital para protestar contra os massacres.

Coordenação da Revolução Síria no Brasil تنسيقية الثورة السورية في البرازيل disse nesta sexta que a estratégia síria para negociar ou resgatar os soldados regulares feitos reféns pelo Exército Livre, esta sendo por meio da oferta de troca entre meninas sírias (sequestradas aleatoriamente) e os soldados presos.


Neste tempo em Rastan e Homs novos rachas contribuem para o engrossamento das fileiras do Exército Livre, com a adesão á rebelião fortalecida com a chegada de 1 oficial superior da Aeronáutica, o Coronel Saad Eddin.

Contradição: EUA lidera pacto para a nova internet sem democracia.

A ditadura na internet já é uma realidade. Um remédio amargo para reverter programas de "inclusão digital" e incentivo à "liberdade de expressão", desde o lançamento dos "Blogs" até a dispensa de diploma universitário para jornalistas. O esforço internacional para reaver o controle das massas? 

Foto "Saulo Valley".
Por Saulo Valley - Rio de Janeiro, 02 de Favereiro de 2012 - 09h42min.

Quando se trata de democracia, a bandeira americana é a primeira a ser levantada. Apesar do poderoso marketing, a América não é símbolo de democracia aliás, na maioria dos casos ela age com autoridade de uma ditadura, quando se trata da "defesa dos intreresses da América". Neste contexto estranho e confuso, queremos saber como será a nova internet, cercada de proibições, limitações e obrigações, além de privações ao direito de se manter anônimo em conexão com milhares de estranhos on-line de todo o mundo.

Numa era em que o hackerismo é um mal cada vez mais praticado, usuários de internet vivem sendo pesadamente atacados, levando tensão para os internautas de plantão, que passam muito tempo preocupados com a proteção de seus dados pessoais, que podem ser duplicados, desviados, explorados ou utilizados para atrair ladrões, sequestradores, assassinos... e agora governos.

Antes da implantação de todos os novos protocolos de direitos autorais assinados secretamente por diversos países, apenas as polícias federais ainda tinham acesso aos dados pessoais de endereços IPs de usuários. Com a implantação de protocolos como a ACTA, ainda a nada saborosa SOPA e a pouco divertida PIPA, todos os governos, ditaduras e empresas em geral terão direito de acesso a esses dados. Isto nos faz pensar que o primeiro que tentar protestar, ou expressar qualquer insatisfação contra a corrupção em seu país por exemplo, poderá ser acusado, condenado e até executado por crimes contra o Estado, como acontece hoje na China e em vários países árabes.

Uma das perguntas que me faço é: Se estes protocolos são bons e democráticos, porque sempre são discutidos, confeccionados e aprovados secretamente? Porque os EUA estão sempre na liderança destas novas regras?

É claro que um dos países que mais distribui conteúdo com direitos autorais atrelados no planeta é a América. Então talvez por esta razão ela seja tão radical, porque se trata da defesa dos seus próprios interesses. Significa que se todas as regras propostas forem mesmo aderidas por todos os países do mundo, a internet será utilizada apenas para fins de entretenimento e se as pessoas quiserem conversar algo pessoal deverão utilizar os correios, que aliás, parece ser o único meio de comunicação que ainda não teve sua privacidade 100% quebrada pelas autoridades internacionais.

Apesar de não parecer, tenho larga expériência com direitos autorais. Sou autor de mais de 5000 músicas e tive mais de 400 criações gravadas e interpretadas no Brasil e em alguns outros países. Depois de duas décadas vivendo exclusivamente de direito autoral, me vi completamente lesado de meus direitos, uma vez que no Brasil a maioria das emissoras de rádio e televisão pertencem a deputados federais, senadores... etc.

Homens poderosos politicamente que são capazes de se negar a pagar os direitos de execussão e nada lhes acontece. Quando são processados, utilizam esquemas e acordos bilaterais que silenciam instituições, justiça e órgãos que supostamente deveriam sair em defesa dos direitos da parte dos proprietários da propriedade intelectual das obras.

Então, quando vejo que empresas americanas espalhadas pelo mundo começam a brigar por seus royalts, não consigo me encontrar protegido por esta iniciativa. Não me vejo protegido por nenhuma ferramenta de internet e nenhum protocolo. Só sei que milhares de milhares de reais por ano que deveriam ser pagos a grandes autores acabam nas mãos de grandes empresas e poderosos empresários. Os mesmos de sempre.

Revoltado, depois de 20 anos de luta pela transparência na administração dos direitos autorais no Brasil, decidi escrever em um blog, minhas queixas contra os esquemas por trás das lindas propagandas governistas. Mas agora, sem os meus respectivos direitos autorais depositados na minha conta bancária, ainda tenho que me silenciar mediante a adoção de protocolos nas redes sociais que proibem palavras, vetam frases e o direito ao anonimato, em caso de denúncias de corrupção política, policial a nível, municipal, estadual, federal e global.

Enquanto na última década as autoridades internacionais decidiram que estimular o uso da internet, que fazia parte de um programa de valorização aos direitos humanos, a nova década vem com a novidade da supressão, classificação e manipulação destes usuários ou seja, a internet se tornou uma grande armadilha social, para vincular, controlar e vigiar todos os habitantes do planeta.

Programas de "Inclusão Digital" são impostos pelas Nações Unidas para todos os países-membros, mas o que as Nações Unidas dizem sobre estes novos protocolos? Será que os governos entenderam que a "inclusão digital" é uma rajada de metralhadora no próprio pé?

2011 o ano da multiplicação global dos "Anônimous" - Foto "Saulo Valley".
Ah! já ia me esquecendo: Qual foi o país que mais sofreu em 2011 com usuários "Anonymous"?

A nova internet segue padrões chineses no controle da identidade obrigatória de todos os usuários de redes sociais, inclusive de microblogs. Seguindo a linha da Sina-Weibo, o Twitter, o Google+, o Facebook entre outros já estão impedindo a criação de perfis sem a exibição do nome real do usuário, ainda utilizam outras ferramentas que relacionam todas as suas contas de e-mail, todos os seus amigos de escola, trabalho, vizinhos e parentes. Um prato cheio para suprimir manifestações populares, ameaçar e atacar líderes de movimentos populares e outras liberdades de expressão antes defendidas pelas Nações Unidas.

A Síria por exemplo, em 2011 matou no mínimo duas centenas de ativistas e seus familiares foram presos, torturados e executados, quando não puderam encontra-los. Até os cartoons, que eram largamente utilizados como forma "silenciosa" de expressão contra corrupção política em especial, foram proibidos na China, depois de amplamente utilizados na web. Agora só falta a proibição do aprendizado, da escrita e das conversas em grupo; ajuntamentos de mais de 6 pessoas que aliás são poibidos nas ruas e praças chinesas.

Como disse no início deste post: Os Estados Unidos torna-se ditadura quando se trata dos "interesses da América". Agora vem a nova pergunta; O que será do povo árabe, africano, chinês, cubano, venezuelano, russo, iraniano em especial, depois de se virem completamente despidos diante dos Serviços de Inteligência de seus países?

Todos eles utilizam a internet e saem às ruas para protestar contra suas misérias e privações. Se estes novos recursos são realmente favoráveis aos interesses gerais, o que será feito para proteger organizações não governamentais de direitos humanos, pacifistas, ativistas e jornalistas?

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