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Posted by : Unknown April 20, 2012

Os crimes hediondos em série praticados diariamente e abertamente pelo regime sírio, ultrapassaram as fronteiras da imaginação e invadiram o cyberespaço. Pelas redes sociais, hackers pró-Assad roubam informações que já levaram milhares de pessoas comuns à prisão arbitrária, tortura, mutilação e morte.


Por Saulo Valley - Rio de Janeiro, 20 de Abril de 2012 - 10h40 GMT-3



Em Maio de 2011, o regime sírio percebeu que (o que era para ficar encoberto) estava sendo observado e compartilhado em todo o mundo com a ajuda de ativistas de direitos humanos nas redes sociais: Os massacres da população civil de seu próprio país, pelas forças do próprio governo recebendo ordens expressas (sob pena de morte no caso de não-cumprimento) enviadas pela alta cadeia de comando do governo do presidente Bashar Al-Assad.

Enquanto o presidente Bashar Al-Assad concedia entrevistas desmentindo as denúncias de crimes contra, direitos humanos, infância e juventude, contra a humanidade e genocídio, imagens assustadoras registradas por celulares em foto e vídeo eram publicadas na internet. Enquanto se esforçava para evitar interferência estrangeira no país, Al-assad e seus partidários penalizavam a população síria por divulgar as imagens diárias sobre tudo o que acontecia no país, obscurecido pelo isolamento nacional, corte no fornecimento de energia, telefonia fixa e celular, água, alimentos, remédios e internet.

A estratégia inicial era que todas as vezes que um membro da comunidade síria concedesse uma entrevista para agências de notícias internacionais, este seria duramente castigado juntamente com seus familiares, para servir de exemplo para os demais civis.

Mas entre Agosto e Setembro de 2011, o regime sírio percebeu que os esforços para bloquear o vazamento de informações sobre as vitimas e os massacres realizados pelas forças de segurança, o exército sírio e reforço de tropas internacionais, como a Guarda Republicana Iraniana, o Hezbollah e mercenários iraquianos entre outros, estavam sendo anulados pelo astronômico fluxo de envios simultâneos, usando infinitos recursos, inclusive concedendo entrevistas para as principais agências de notícias árabes e ocidentais à partir dos campos de refugiados nos países vizinhos, principalmente na Turquia.

Os nomes dos ativistas citados nas entrevistas e matérias jornalísticas, passaram a figurar numa extensa lista negra do serviço secreto sírio, que invade casas, tortura e mutila familiares em busca destes informantes até os dias de hoje.

Após o vexame que passou diante da suspensão da Síria da Liga Árabe, e a rejeição global e unânime de sua entrevista à agência de notícias ABC, o presidente sírio passou a reconhecer que não havia mais como esconder as crueldades do seu governo, iniciando à partir de então, uma caçada aberta e clara a todos os moradores da Síria, que rejeitam, seu governo e que compartilham com os militares dissidentes, que formaram o rebelde Exército Livre (FSA - Free Syrian Army).

Neste mesmo período, durante os preparativos para as comemorações do NATAL de 2011, o serviço secreto sírio, agentes de segurança e "shabihas" (uma tribo síria mercenária) espalhados pelo mundo passaram a perseguir e matar sírios com nacionalidade estrangeira, que estivessem em concordância, manifestando qualquer tipo apoio público à Revolução Síria ou solidariedade aos seus compatriotas ora massacrados diariamente.

Mas o regime sírio não reconhece limites e as mortes só ganham requintes de crueldade, novos patrocinadores, recursos e tecnologias. Invadindo as redes sociais, em especial o Facebook, cujo nome faz (intencionalmente ou não) alusão a um termo jurídico árabe que trata da separação das leis islâmicas das leis que regem um país árabe em especial.

É hackeando as informações pessoais dos usuários, cada vez mais expostos pelas novas políticas de privacidade das redes sociais, que oferecem o mundo em troca destes dados, é que o regime sírio tem descoberto endereços físicos, por meio de rastreamento do endereço IP, mapeamento dos círculos de amizade, grau de parentesco e localização nos mapas geográficos. Isto sem falar nos números de telefones que são obrigados a ser informados para as redes sociais, para que o usuário tenha direito ao acesso livre às tecnologias disponíveis.

Neste contexto, as redes sociais passaram a repetir histórias de ficção de filmes hollywoodianos e a apresentar um elevado saldo de árabes mortos. Ainda há um número crescente de jornalistas e blogueiros internacionais, mortos por agentes de países repressores como a China, Síria e Iran entre outros.

Logo da "Syrian Rev" Human Rights
Nesta Sexta-Feira 20 de Abril de 2012, um numero enorme de páginas de Facebook ligadas à "Syrian Rev" foram hackeadas pelo serviço secreto sírio na web e passaram a enviar "pedidos de amizade" para usuários que condenam o massacre corrente no país. O resultado tem sido um número de pessoas terrivelmente exterminadas, e este processo está em plena evolução.

Todo este esforço para silenciar as vítimas do regime sírio, a opinião pública, a comunidade internacional, vem na intenção de garantir a manutenção do clã Assad no poder em parceria com o sanguinário partido Ba'ath, que também foi o Partido de Saddam Hussein, durante todo seu regime no Iraque.

Com a triste realidade, pode-se dizer que morte não só vem à cavalo, como navega literalmente na internet.

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